O mercado financeiro brasileiro é um dos mais dinâmicos e competitivos do mundo. Não à toa, grandes bancos e fintechs disputam a atenção e confiança dos consumidores, buscando oferecer muito mais que produtos e serviços inovadores, mas também construir marcas que ressoem com seus públicos. Retrato disso é o ranking Interbrand 2023/2024 das Marcas Brasileiras Mais Valiosas, que reafirmou quem está no topo e deixou claro que não basta ser grande: é preciso ser visto, lembrado e, acima de tudo, protegido.
Gigantes como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil não estão entre os primeiros apenas por suas operações financeiras robustas, mas porque conseguiram se transformar em símbolos de confiança e solidez ao longo dos anos. A lealdade de seus clientes é cultivada por meio de conexões emocionais profundas, construídas sobre os pilares da empatia, agilidade e confiança. É essa tríade que os coloca em posição de destaque, segundo a Interbrand.
Por outro lado, as fintechs, como Nubank e XP, trouxeram um sopro de inovação ao cenário. Com abordagens disruptivas, elas redefiniram o que significa ser uma marca de serviços financeiros no século 21. Provaram que a inovação aliada a uma marca forte e protegida é uma combinação imbatível. Com valores de marca de R$ 4,3 bilhões e R$ 1,88 bilhões, respectivamente, elas deixaram claro que quem não protege seus ativos intelectuais corre o risco de ficar para trás.
No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é o nosso guardião das marcas e atua com um sistema de prioridade para registros. Isso significa que tempo é vital: quem solicita primeiro tem preferência no uso da marca. E o registro pode ser a diferença entre consolidar uma identidade ou perder uma batalha de direitos. Mesmo gigantes sabem que ter um nome forte não basta se ele não estiver devidamente blindado.
Para os players de todos os tamanhos, desde os tradicionais até os mais inovadores, proteger cada produto, serviço e campanha é tanto uma questão legal quanto uma estratégia de mercado. Cada registro é um escudo contra a concorrência desleal e possíveis confusões. Mais do que isso, é uma declaração de credibilidade e compromisso com a integridade e a segurança de suas operações. Investidores e clientes buscam por empresas que valorizam suas identidades e blindam seus ativos com afinco. Indo além, ao assegurar que sua marca está legalmente protegida, você minimiza os riscos de disputas judiciais e se posiciona como uma entidade sólida. Inclusive, evitar conflitos é uma estratégia financeira inteligente. Processos judiciais são caros, desgastantes e podem afetar profundamente a reputação e as operações da empresa com o pagamento de multas e indenizações. Se confiança é a moeda mais valiosa, um único litígio pode causar danos irreversíveis.
A verdade é que, em um setor onde os movimentos são rápidos e as consequências de um passo em falso podem ser duradouras, estar à frente significa garantir que sua marca está bem protegida. Seja você um “tubarão”, um escritório que representa grandes nomes ou alguém que está apenas começando, seu ativo intelectual merece estar blindado contra qualquer eventualidade.
Afinal, hoje você pode ser um novo negócio, mas com a proteção certa, nada impede que sua marca cresça e se torne tão robusta quanto os titãs que dominam atualmente o mercado. Proteja o que é seu. Invista no registro dos seus ativos intelectuais e assegure que seu legado financeiro sobreviva e, claro, prospere no futuro. Tempo é dinheiro e garantir sua marca é o investimento mais inteligente que você pode fazer.
*Cristhiane Athayde, empresária e diretora da Domínio Marcas e Patentes