Uma pesquisa feita na Austrália mostrou que crianças que vivem em casas com cães de estimação se movimentam mais. Segundo o estudo, meninos e meninas que adquiriram um cãozinho aumentaram as atividades físicas não estruturadas, como caminhadas e atividades rotineiras, em 6,8 vezes por semana. Entre as entrevistadas do sexo feminino, o aumento foi de 8,3 vezes. As atividades físicas diárias também registraram aumento, 27,3 minutos entre os meninos e 52,3 entre as meninas.
Liderada por Emma K. Adams, da Universidade da Austrália Ocidental, a pesquisa buscou atrelar a convivência com cães a hábitos mais saudáveis na infância. Pesquisadores esperam que a interação com os animais pode ser uma estratégia para a redução do risco de doenças crónicas a curto e longo prazo.
O artigo publicado no Jornal Internacional de Nutrição Comportamental e Atividade Física (IJBNPA, na sigla em inglês) contou com uma amostra de 600 crianças divididas em duas ondas. A primeira, com dados coletados em 2015, com entrevistados de 2 a 5 anos. A segunda etapa entrevistou crianças de 5 a 7 anos entre outubro de 2018 a 2021, idade que em elas deveriam fazer a transição da educação infantil para as escolas de tempo integral. Entre os participantes, 307 não tinham cachorro e 204 sim. Também participaram 58 crianças que adquiriram o animal de estimação entre a primeira e a segunda fase da pesquisa e 31 que perderam.
O estudo ainda analisou os impactos da perda do animal de estimação. Dados mostram que crianças que tiveram que lidar com a perda de cães diminuíram os exercícios em 10,2 vezes por semana. “Perder um cachorro pode ser a primeira experiência de morte de uma criança e pode provocar uma profunda resposta de luto”, destaca o texto. “Além disso, os cães fornecem motivação e um senso de obrigação para passear. Se o passeio com os cães em família não for substituído por outras atividades após a perda de um cão, então é razoável que os níveis de atividade física das crianças possam diminuir”.
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