Sempre que se fala em fratura de costela já vem à mente perfuração do pulmão, baço ou qualquer outra condição mais grave. Mas o que ocorre é justamente o inverso. A grande maioria dessas fraturas são lesões tranquilas que não acarretam outras comorbidades ou sequelas.
Fraturas de costelas, também chamadas de arcos costais, são lesões comuns que ocorrem com mais frequência após trauma torácico fechado leve, mas também podem resultar de tosse, espirro forte ou atividades atléticas (por exemplo remo, crossfit), e acometem habitualmente apenas um ou dois arcos costais. Já os traumas torácicos de alta energia como, por exemplo, aqueles decorrentes de acidentes de trânsito, acometem maior número de costelas (3 ou mais) e nesse caso são sim lesões graves que podem estar associadas a condições como, por exemplo, perfuração do pulmão ou baço, dificuldade para respirar, devido ao pneumotórax ou tórax instável. Mas felizmente são menos frequentes.
As fraturas mais simples apresentam quadro clínico característico. A pessoa relata dor no local da lesão (alguma região do tórax) que inicia após a ocorrência (trauma leve, movimento brusco, tosse, etc) e piora com a palpação da região, mobilização ou inspiração profunda. Algumas pessoas relatam dificuldade para respirar, mas não por haver algo mais grave, e sim porque sempre que respira sente muita dor(lembremos que os arcos costais estão ao redor do pulmão protegendo-o e formando a chamada caixa torácica, e que se movem abrindo e fechando a cada inspiração e expiração).
Diante do quadro característico, é importante passar por uma avaliação médica onde serão solicitados exames complementares como radiografia e/ou tomografia. Identificada a fratura é realizado o tratamento. Nos casos onde há menos de 3 arcos costais é indicado repouso, analgésicos e anti-inflamatórios. Geralmente não se utilizam imobilizadores. O paciente retorna rapidamente às suas atividades habituais mas poderá sentir um ligeiro incômodo por aproximadamente três meses. Já nos casos onde há mais de 3 arcos costais, pode ser necessário internação hospitalar e investigação de lesões associadas.
Praticamente todas as fraturas de costelas cicatrizam bem com o tratamento conservador, não deixando sequelas. As radiografias de tórax de acompanhamento geralmente são desnecessárias, a menos que sejam indicadas por sintomas clínicos.