Um grupo de cientistas brasileiros acaba de descobrir que os macacos-prego-amarelo (Sapajus libidinosus), uma espécie típica de Brasil e Bolívia, também desenvolvem a doença de Alzheimer.
Os pesquisadores analisaram o cérebro de três primatas dessa espécie que morreram aos 9, 29 e 33 anos, respectivamente.
Nos dois indivíduos mais velhos, os exames detectaram a presença de dois marcadores típicos desse quadro de demência: o acúmulo das proteínas beta-amiloide e TAU.
No Alzheimer, a beta-amiloide se acumula no espaço entre os neurônios, enquanto a TAU ocupa o interior das células nervosas — o que eventualmente leva à morte delas.
A perda dessas células que compõem o cérebro leva à progressão dos sintomas típicos da doença, como esquecimentos e dificuldades no raciocínio.
A descoberta sobre os macacos-prego-amarelo pode abrir novas perspectivas de pesquisas para o desenvolvimento de exames de diagnóstico e remédios contra o Alzheimer, acreditam os especialistas.
Um animal com habilidades extraordinárias
A neurologista Roberta Diehl Rodriguez, que é a primeira autora da pesquisa, publicada em 15 de março no periódico especializado Scientific Reports, do grupo Nature, explica que o projeto começou a partir de uma aliança entre as duas universidades brasileiras.
De um lado, a Universidade de Brasília (UnB) possui um Centro de Primatologia, que é especializado em avaliar diferentes tipos de macacos.
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