No cenário atual do mercado de trabalho, dois fenômenos têm ganhado destaque: o Burnout e o Burnon. Embora ambos estejam relacionados ao estresse no ambiente profissional, eles representam situações distintas. Enquanto um dos principais sintomas do Burnout é a exaustão mental e física, o indivíduo com Burnon apresenta uma performance alta e constante, mesmo enfrentando níveis elevados de estresse.
Segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos trabalhadores sofrem com a síndrome de Burnout no Brasil. Vale ressaltar que o Burnout foi classificado como uma doença ocupacional em 2022 e o Burnon é mais recente, com o termo cunhado por dois profissionais alemães, o psiquiatra Timo Schiele e o psicoterapeuta Berte Wildt.
"O Burnout é caracterizado por um estado de exaustão física e emocional causado pelo estresse crônico no trabalho. Os profissionais passando por essa condição frequentemente sentem-se esgotados, desmotivados, alienados, com baixa autoestima e dificuldades para manter a produtividade. Este quadro pode levar a sérios problemas de saúde, como doenças cardíacas, hipertensão, distúrbios do sono, depressão e ansiedade", comenta a psicóloga na Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Natália Reis Morandi.
De acordo com a especialista, a principal diferença entre as duas condições está na manifestação dos sintomas e no impacto imediato na produtividade. Enquanto o Burnout leva a uma queda acentuada no desempenho, o Burnon mantém a alta performance, mas às custas da saúde física e mental do profissional a longo prazo.
O Burnon é um estado em que o profissional continua altamente produtivo, engajado e extremamente comprometido no trabalho, mesmo sob estresse. "Esses indivíduos frequentemente ignoram sinais de alerta do corpo e da mente, negligenciando o autocuidado e priorizando o desempenho profissional em detrimento do bem-estar pessoal", comenta a psicóloga.