Uma pesquisa realizada em Mato Grosso, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), revelou que a prática regular de exercícios físicos pode ser uma importante aliada no tratamento contra o câncer. O estudo avaliou os efeitos da atividade física combinada — musculação e exercícios aeróbicos — durante e após os tratamentos convencionais, como quimioterapia, radioterapia, cirurgias e imunoterapia.
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Apesar dos avanços da medicina, muitos pacientes enfrentam efeitos colaterais severos durante o tratamento oncológico, como fadiga intensa, perda de massa muscular, problemas cardiovasculares e sarcopenia. A pesquisa demonstrou que a inclusão de um programa físico estruturado pode atenuar esses sintomas e proporcionar ganhos significativos na capacidade funcional e no bem-estar dos pacientes.
“A prática de exercícios resultou em aumento de força muscular, melhora do ângulo de fase — que reflete a saúde celular — e redução da gordura corporal, além de ganhos em massa muscular e qualidade de vida”, explicou o coordenador do projeto, professor doutor Roberto Carlos Vieira Junior, do Centro de Inovação em Educação e Saúde (CIES/Unemat) e pesquisador da UFMT. Segundo ele, “a expectativa é que, no futuro, estratégias como o treinamento físico passem a integrar de forma definitiva o tratamento multidisciplinar contra o câncer”.
A pesquisa foi desenvolvida com voluntários do Centro Especializado em Reabilitação (CER) do município de Cáceres. Após passarem por sessões de pré-habilitação na fisioterapia, os pacientes eram encaminhados para o fortalecimento muscular dentro do projeto, que também contou com a participação de bolsistas dos cursos de Medicina e Educação Física da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), fortalecendo a formação acadêmica e prática de futuros profissionais da saúde.
O estudo também lança luz sobre o novo perfil do paciente oncológico, que passa a ser tratado de forma semelhante a pessoas com doenças crônicas, exigindo uma abordagem terapêutica mais ampla, voltada à reabilitação e à manutenção da funcionalidade. Instituições internacionais, como o Colégio Americano de Medicina Esportiva e a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, já recomendam a prática supervisionada de exercícios físicos como parte do cuidado oncológico.
Com dados valiosos que podem nortear decisões clínicas, o projeto mato-grossense contribui para consolidar um modelo de tratamento mais humanizado, seguro e personalizado, tendo sempre como foco central a qualidade de vida de quem enfrenta o câncer.
