Durante entrevista ao programa Jornal Gente, da Rádio Band FM e BandNews TV, nesta segunda-feira (3), o governador Mauro Mendes defendeu que facções criminosas passem a ser classificadas pela legislação brasileira como organizações terroristas.
Segundo o governador, o tema precisa avançar com urgência no Congresso Nacional.
“Essas facções criminosas matam, arrancam cabeças, abrem corpos, exibem metralhadoras e ostentam poder. Isso é ou não é terrorismo?”, questionou.
Mendes afirmou que considera uma “anomalia jurídica” o fato de a legislação brasileira ainda não enquadrar esses grupos como terroristas, apesar do impacto e do medo gerado à população.
O governador também criticou o que chamou de “comoção seletiva” de parte da sociedade e de entidades diante de operações policiais mais rígidas, enquanto, segundo ele, existe indiferença diante do número de homicídios no país.
“Todo dia essas facções matam 100 brasileiros, e ninguém faz alarde. Mas quando a polícia reage, vira escândalo”, disse.
Endurecimento da legislação
Mauro Mendes defendeu que o Congresso aproveite a discussão da PEC da Segurança para modernizar o Código Penal, que classificou como ultrapassado.
“Nosso Código Penal é de 1940. O mundo mudou, o crime evoluiu, mas nossas leis continuam frágeis”, afirmou.
Ele citou como exemplo a rapidez na aprovação da reforma tributária, cobrando o mesmo ritmo para mudanças na legislação de segurança pública.
Medidas propostas
Entre as ações consideradas prioritárias, Mendes destacou o enfrentamento aos chamados “crimes estruturantes das facções”, como o tráfico de drogas e principalmente a receptação de produtos roubados.
“Se tem gente roubando celular, é porque tem quem compre. Vamos endurecer contra o receptador. Sem quem compre, o roubo perde sentido”, declarou.
O governador também fez um alerta sobre a infiltração do crime organizado na política.
“Eles estão se organizando por baixo e, se não reagirmos, o problema será muito maior.”
Investimentos em Mato Grosso
Mendes citou investimentos recentes no sistema de segurança pública de Mato Grosso, como o programa Tolerância Zero, novos equipamentos para as forças policiais e ações no sistema prisional para impedir que facções utilizem presídios como base de operações.
“O cidadão de bem está pagando a conta enquanto bandido não respeita mais a polícia nem a lei. Precisamos resgatar o medo da punição no Brasil”, concluiu.



