O empresário do agronegócio investigado por integrar um esquema sofisticado de furto de energia foi preso pela Polícia Civil na noite desta quarta-feira (26.11), em um hotel de luxo em São Paulo. Ele foi localizado enquanto participava de um torneio de poker e teve o mandado de prisão preventiva cumprido após ação integrada entre equipes de Mato Grosso e da capital paulista.
O investigado, de 41 anos, era o principal alvo da Operação Ignis Justiça, deflagrada pela Delegacia de Lucas do Rio Verde para apurar crimes de furto de energia, corrupção, estelionato por adulteração de medidor, fraude processual e corrupção, envolvendo três empresas sob sua responsabilidade.
A operação cumpriu 11 ordens judiciais — oito mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva. O empresário estava foragido desde o início da ação, e três dos mandados de busca foram cumpridos em empresas de sua propriedade.
A prisão foi realizada após troca de informações entre policiais da Delegacia de Lucas do Rio Verde, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra-SP). As equipes descobriram que o investigado estava hospedado em um hotel de alto padrão, onde competia em um torneio de poker no momento da abordagem.
Esquema de furto de energia
As investigações apontaram que o grupo estruturou um sistema altamente elaborado para reduzir artificialmente o consumo registrado pelas empresas, todas com grande movimentação financeira.
Entre os envolvidos estavam um engenheiro eletricista, responsável pelas alterações técnicas nos medidores; um ex-funcionário terceirizado da concessionária de energia, que utilizava seu acesso interno para facilitar as fraudes; e o empresário que comandava os estabelecimentos beneficiados.
Conforme apurado, o crime era praticado de forma contínua, ao longo de um período prolongado, e não se tratava de uma ação isolada. O faturamento que deveria ser destinado à concessionária e, consequentemente, retornar à coletividade, era desviado para beneficiar o grupo, gerando prejuízo ao sistema e alimentando o esquema criminoso.



