A carne bovina produzida em Mato Grosso foi apresentada como um modelo de sustentabilidade e custo-benefício durante o evento “Comércio Sustentável de Carne Bovina China-Brasil”, realizado nesta terça-feira (20.5) na SIAL Xangai, uma das maiores feiras internacionais do setor de alimentos. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) representaram o estado na ocasião, que contou com a presença de autoridades chinesas e empresários do setor agroalimentar.
Promovida pela Câmara de Importadores e Exportadores Chineses de Produtos Agrícolas, Agropecuários e Alimentos (CFNA), a iniciativa visa estreitar as relações comerciais entre os dois países, reforçando a importância da sustentabilidade nas cadeias produtivas. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, destacou os avanços do Imac, que passou por uma reestruturação para promover a carne local no exterior, em consonância com as diretrizes federais e com as políticas da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
“O Imac é uma equipe pequena, mas gigante, que trabalha dia e noite para mostrar que a carne de Mato Grosso é sustentável, saborosa, tem ótimo custo-benefício e baixo impacto ambiental”, afirmou Miranda.
O presidente do Imac, Caio Penido, também fez uma apresentação durante o evento, enfatizando o compromisso do setor com práticas sustentáveis e o respeito ao meio ambiente. Produtor rural, Penido ressaltou o diferencial brasileiro no manejo responsável da pecuária, com preservação da biodiversidade e conformidade com o Código Florestal.
“Essa é uma proteína sagrada, que ajudou a civilização a se desenvolver. O Brasil tem um modelo único: produz com respeito ao gado, à terra e à floresta. É essa história que viemos contar à China, nossa parceira estratégica”, declarou.
Durante a conferência, a CFNA reconheceu o Brasil como um fornecedor confiável de carne de alta qualidade, destacando o crescimento potencial do consumo de carne bovina na China, que hoje gira em torno de 7 kg per capita — número ainda distante da média brasileira de mais de 20 kg. O evento reforçou a relevância da parceria sino-brasileira para a segurança alimentar global e para o desenvolvimento sustentável do setor.
César Miranda ainda destacou que a exigência chinesa por carne de animais mais jovens, o chamado “boi China”, estimulou investimentos em genética e eficiência produtiva, além de viabilizar o uso de milhões de hectares para agricultura sem desmatamento. “Mato Grosso pode dobrar sua produção nos próximos dez anos sem derrubar uma árvore. Isso é segurança alimentar com sustentabilidade para o mundo”, concluiu o secretário.
