Durante participação no Encontro de Líderes, realizado nesta sexta-feira (27) em São Paulo, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), apontou a sensação de impunidade como o principal fator responsável pela crise na segurança pública no Brasil. O evento é promovido pela organização Comunitas e reúne gestores públicos e lideranças políticas de todo o país.
“O Brasil criou um ambiente permissivo ao crime, com leis brandas, um sistema burocrático e punições pouco efetivas”, criticou Mendes, ao defender uma reforma ampla da legislação penal. Segundo ele, essa conjuntura permite que criminosos condenados cumpram apenas uma fração da pena, gerando um ciclo de desestímulo à legalidade.
O debate contou com a presença de nomes como os governadores Raquel Lyra (PE) e Rafael Fonteles (PI), o deputado federal Mendonça Filho e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. A mediação foi conduzida pela jornalista Andréia Sadi.
O governador de Mato Grosso também citou o fortalecimento das facções criminosas como reflexo direto dessa suposta fragilidade institucional, especialmente nas periferias urbanas. “A polícia prende, a Justiça condena, mas os criminosos cumprem um sexto, às vezes dois quintos da pena. Isso criou uma sensação de impunidade, que é real, e uma cultura de que o crime compensa”, afirmou.
Apesar de destacar investimentos recordes em segurança pública em Mato Grosso — como compra de armamentos, viaturas e ampliação do sistema prisional —, Mendes argumentou que tais ações apenas tratam os efeitos do problema. “Não adianta apenas tratar a consequência. É preciso acabar com a causa de tudo isso, que são as leis frouxas que geram essa impunidade", completou.
Encerrando sua fala, o governador comparou o cenário brasileiro com o de países considerados mais seguros no mundo. “Todos esses países tiveram, sem exceção, ou prisão perpétua ou pena de morte. Essa mudança no DNA da sociedade só aconteceu quando houve uma resposta firme do Estado. Enquanto o Brasil não tiver coragem de fazer o que é necessário, a Segurança vai continuar piorando”, concluiu.
