Em 2022, o mundo gerou 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico: enfileirado, todo esse material equivaleria à distância, em quilômetros, de Brasília a Lisboa — aproximadamente 7,5 mil quilômetros. Ao mesmo tempo, menos de um quarto da massa descartada foi reciclada, o que, além de representar um grave risco ambiental, significa a perda de dezenas de milhões de dólares em recursos naturais que poderiam ter sido reutilizados.
No terceiro relatório mundial sobre lixo eletrônico — o último havia sido lançado em 2017 —, o Instituto de Treinamento e Pesquisa da Organização das Nações Unidas (Unitar/ONU) alerta que a geração desse tipo de descarte cresce cinco vezes mais rápido que a reciclagem. Segundo o Monitor Global de Lixo Eletrônico, por ano, o aumento dos resíduos é de 2,6 milhões de toneladas, com a previsão de chegar a 83 milhões de toneladas em 2030: 33% a mais que em 2022.
"A grande maioria dos resíduos não se decompõe e não é gerida, como deveria ser de acordo com as melhores tecnologias disponíveis no mundo", disse, em uma coletiva de imprensa online, Kees Baldé, principal autor do relatório e cientista da Universidade das Nações Unidas. "Uma das conclusões mais surpreendentes deste monitor é que a taxa de crescimento da montanha de lixo eletrônico ultrapassa em cinco vezes a da indústria de reciclagem."
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