A vereadora Maysa Leão (Republicanos) realizou nesta quarta-feira (18.10) uma audiência pública sobre Educação Inclusiva, com o intuito de debater, ouvir reivindicações do município e realizar encaminhamento sobre o tema. Munícipes, sociedades civis e representantes dos poderes públicos estiveram presentes na reunião.
“É muito importante trazermos os entes envolvidos da educação especial, para construir uma educação que seja digna, verdadeiramente inclusiva e que possa contemplar os anseios da comunidade, para que tenhamos um cronograma de adaptação para as melhorias que são necessárias” afirmou a vereadora Maysa. Segundo a parlamentar, essa discussão no seu mandato não é de hoje, e que a intenção dessa audiência é para que possam ser realizados encaminhamentos formais para que o ano de 2024 seja mais inclusivo na cidade, fato não apresentado pela gestão da pasta.
Para Edson Furquim, pai de autista e líder comunitário, uma das principais necessidades para os alunos com deficiência, é a capacitação dos cuidadores de alunos com deficiência (CAD), que sofrem com a precarização do seu trabalho. Na audiência, foi evidenciado que um profissional CAD recebe atualmente o valor de R$1.000,00 (mil reais bruto), sendo que a empresa responsável pela contratação recebe 4x mais este valor, o que resulta em baixo rendimento destes profissionais.
Leidyane Rodrigues, mãe atípica, esteve na tribuna para relatar o drama vivenciado por ela. Leidy relatou a luta que vivencia para conseguir acesso a livros didáticos a sua filha com deficiência visual. Para que sua filha não fique sem aprender, a mãe tem preparado o material didático da sua filha, transcrevendo o material oferecido pela rede de ensino.
Outra mãe que esteve presente foi Vivianna Mendes que denunciou no parlamento a ausência de CAD para seu filho de 11 anos. “O que vai ser do meu filho, se não tem inclusão?”, segundo Vivianna, seu filho sofre constantemente preconceito no âmbito escolar.
Encaminhamentos
Dentre as resoluções, está a luta por concurso, plano de carreira e qualificação para os cuidadores de alunos com deficiência (CAD), a revogação do decreto que proíbe a entrada dos pais na escola, cuidados com a restrição alimentar dos alunos que necessitam a disponibilização da sala multifuncional em todas as unidades, e a existência de um fluxograma da transição do ensino fundamental para a rede estadual, procedimento ainda inexistente.
Estiveram presentes no dispositivo o vereador Demilson Nogueira (Progressistas), a Drª Cleide Regina Ribeiro Nascimento, defensora pública Dr° Miguel Slhessarenko, promotor de justiça da educação Drª Daniele Rocha, mãe atípica e promotora de justiça da Infância e juventude Drª Olzanir Figueiredo Carrijo, defensora pública, Helena Glaziela, mãe atípica e presidente da Associação dos Amigos dos Autistas, Neuro Diversos e Pessoas com Doenças Raras (Amand) Drª Mayara Cintra, mãe atípica e advogada e o Dr° José Samuel Sampaio, pai atípico e advogado.
A gestão da pasta municipal de Educação foi convidada antecipadamente, mas não se fez presente, nem enviou representante. Para a vereadora Maysa Leão, que se indignou pela falta de comprometimento do executivo, a luta pela educação inclusiva será juntamente com a justiça, através da Defensoria Pública, do Ministério Público e das mães, que nunca vão desistir de lutar pelos seus filhos.