O Brasil voltou a registrar um preocupante aumento nos casos de hepatite A, após dez anos de queda, segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais divulgado em julho pelo Ministério da Saúde. A taxa nacional de incidência da doença subiu 54,5% de 2023 para 2024, passando de uma média de 1,1 para 1,7 caso a cada 100 mil habitantes, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Historicamente, o problema se concentrava nas regiões Norte e Nordeste (com 24,5% e 29,2% dos casos acumulados, respectivamente). Contudo, o levantamento aponta um novo padrão, com surtos em grandes cidades, que até então eram menos afetadas. Isso se deu principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Essa última foi a que apresentou a maior variação proporcional, com um crescimento de 350% em apenas um ano.
As capitais dessas regiões lideram o ranking. Curitiba é o caso mais extremo, com 31,3 casos a cada 100 mil habitantes – quase 20 vezes acima da média nacional. Tal discrepância entre a incidência no país e nas capitais sugere que o surto recente é urbano, e pode estar relacionado a densidade populacional e desigualdades no acesso a saneamento básico e vacinação.
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