A polêmica questão 89 do Enem, cujo primeiro dia de prova foi realizado neste último domingo (5), gerou forte oposição dos deputados da direita. Para o deputado federal Coronel Assis (União-MT), houve instrumentalização ideológica da prova para criticar um dos mais importantes setores da economia brasileira.
“É uma aberração o que o desgoverno Lula faz usando o mais importante instrumento para seleção de alunos para ingressar na universidade pública. Ora, o que se espera é que quem prestou a prova já entre na universidade ideologizado e alinhado com as falácias da esquerda e ainda endossando inverdades contra o agronegócio?”, critica o parlamentar.
A questão afirma que no “Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”.
O enunciado diz ainda que “assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a “pragatização” dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a super exploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
Segundo correções extra oficiais do gabarito, a resposta correta para essa questão é que o texto diz respeito “ao cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida”.
“É um absurdo declarar que o setor que mais gera divisas para o Estado de Mato Grosso e o que mais impulsiona a economia deste país está inviabilizando a manutenção das condições para a vida. Esse desgoverno tem meu total repúdio por exigir dos nossos jovens e adolescentes uma ideologia que contraria o bom senso e o bom uso da inteligência”, pontua.