Em entrevista exclusiva ao jornalista César Filho, do SBT Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), classificando como “autocondenação” o pedido de anistia feito por aliados do ex-mandatário antes mesmo do fim do processo judicial.
“Quando alguém pede anistia antes de ser julgado, é porque sabe que é culpado”, afirmou Lula, ao criticar as manifestações marcadas para o feriado de 7 de setembro em apoio à anistia de Bolsonaro, investigado por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
Segundo Lula, as acusações que pesam contra seu antecessor não se originam da oposição, mas de delações feitas por militares e ex-integrantes do próprio governo Bolsonaro, que detalham o planejamento e a execução de ações antidemocráticas, como a invasão das sedes dos Três Poderes, a tentativa de assassinato de autoridades e ataques à Polícia Federal.
“Esse cidadão está sendo julgado com base nos autos do processo, nos crimes relatados por generais e tenentes que trabalhavam com ele. Não é invenção da esquerda, é fato jurídico com implicações políticas”, frisou o presidente.
Ao relacionar os episódios recentes com ataques sistemáticos ao sistema eleitoral, Lula também acusou Bolsonaro de promover mentiras sobre as urnas eletrônicas e de usar a Polícia Rodoviária Federal para interferir no segundo turno da eleição de 2022. “O ex-presidente cometeu muitas barbaridades, inclusive contra a democracia”, acrescentou.
Lula concluiu que a Justiça precisa agir de forma equânime e reafirmou que espera uma punição firme para quem atentou contra o Estado Democrático de Direito: “Quem agride a democracia precisa ser responsabilizado — aqui e em qualquer parte do mundo”.