Mesmo sem o anúncio oficial da candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República em 2026, a disputa pela vaga de vice em sua possível chapa já movimenta intensamente os bastidores políticos e empresariais. Segundo o colunista Lauro Jardim, há pelo menos três forças distintas em busca da indicação: o Centrão, o bolsonarismo e o mercado financeiro, representado pela chamada Faria Lima.
O Centrão articula-se para garantir espaço no núcleo decisório de um eventual governo Tarcísio. A ideia é manter influência sobre o Palácio do Planalto, como ocorreu nas gestões anteriores, e assegurar poder em caso de vitória. "O Centrão já se articula para garantir o espaço", revelou a coluna.
Do outro lado, o bolsonarismo trabalha para emplacar um nome da família Bolsonaro como vice, numa tentativa de manter sua base mobilizada e preservar o legado do ex-presidente. A proposta seria repetir a fórmula de forte apelo popular que marcou as eleições anteriores.
Já o setor financeiro tem outro preferido: o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que desponta como o nome ideal para compor a chapa com Tarcísio. O apoio a Zema é motivado por sua imagem liberal e pela boa receptividade junto ao empresariado. Para muitos, uma dobradinha São Paulo–Minas traria uma lógica eleitoral poderosa, unindo os dois maiores colégios eleitorais do país — que juntos somam quase 35% do eleitorado nacional. “Se juntar governadores populares dos dois maiores colégios eleitorais, não tem erro”, declarou um banqueiro ouvido por Jardim.
Zema, inclusive, não descartou a composição. Em jantar recente com empresários, afirmou que “a direita terá de se unir em algum momento”, sinalizando abertura ao diálogo com Tarcísio.
A disputa evidencia não apenas a antecipação do calendário eleitoral, mas também a fragmentação das direitas no Brasil. Com interesses divergentes e estratégias próprias, cada grupo busca assegurar protagonismo em uma eleição que promete ser decisiva para a reconfiguração do campo conservador no país.