A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou, em segunda votação nesta quarta-feira (10), o Projeto de Lei nº 1782/2025, que oficializa a Campanha do Laço Branco na legislação estadual. A proposta altera a Lei nº 10.887/2019 e autoriza a participação de homens, instituições públicas e privadas na iniciativa, por meio do uso do símbolo em vestimentas, materiais educativos e ações de conscientização ao longo de todo o ano.
A votação ocorreu no mesmo dia em que o Parlamento realizou o evento “Laço Branco: Homens de respeito, respeitam”, reunindo forças de segurança, servidores públicos e representantes da sociedade civil. A convergência entre o projeto e o evento reforça o compromisso da ALMT em ampliar o protagonismo masculino na prevenção e no enfrentamento à violência contra mulheres.
A mobilização também dialoga com o Dia Estadual de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, lembrado em 6 de dezembro. Nas redes sociais do Poder Legislativo, parlamentares e servidores aderiram à campanha, destacando a importância da integração entre instituições. Em vídeos institucionais, os deputados Carlos Avallone (PSDB) e Valdir Barranco (PT) defenderam a união de forças no enfrentamento ao problema. Já o presidente da ALMT e autor do projeto, deputado Max Russi (PSB), ressaltou que o combate à violência demanda prioridade e políticas permanentes.
A data marca ainda o encerramento da campanha internacional dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres, reforçando ações já desenvolvidas pela Procuradoria da Mulher e por programas da própria Assembleia, voltados à conscientização, prevenção e proteção das vítimas de violência de gênero.
O estado enfrenta números alarmantes. Em 2025, 51 feminicídios foram registrados até 26 de novembro, superando o total do ano anterior. Mais de 70% dos crimes ocorreram dentro da residência da vítima, deixando 46 crianças e adolescentes órfãos, conforme dados do Observatório Caliandra do Ministério Público.
A Campanha do Laço Branco nasceu em 1991, no Canadá, após o massacre de Montreal, e hoje está presente em mais de 55 países, reconhecida pela ONU. No Brasil, a iniciativa é oficializada pela Lei nº 11.489/2007, que instituiu o dia 6 de dezembro como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Para Max Russi, o movimento precisa ultrapassar a simbologia e transformar comportamentos.





