Apesar da catástrofe climática no Rio Grande do Sul que, até a tarde de ontem, afetou 2,2 milhões de pessoas, deixou 151 mortos e 540 mil desabrigados, o Ministério da Fazenda elevou de 2,2% para 2,5% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e manteve em 2,8% a expectativa de expansão econômica de 2025, conforme dados do Boletim Macrofiscal, divulgado ontem pela pasta. Os números estão bem mais otimistas do que as previsões do mercado. A mediana das estimativas para o crescimento do PIB deste ano, coletadas pelo Banco Central no Boletim Focus, é de 2,09%, neste ano, e de 2%, no ano que vem.
Ao comentar os números do boletim elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, o titular da pasta, o economista Guilherme Mello, reconheceu que ainda é cedo para prever o impacto econômico das enchentes no estado sulista, e, por isso, o órgão não incluiu nas estimativas da calamidade na atividade.
Conforme dados da SPE, o PIB do Rio Grande do Sul tem um peso aproximado de 6,5% no PIB do país, e, portanto, as perdas deverão ser registradas no segundo trimestre, mas deverão ser parcialmente compensadas nos trimestre anteriores devido aos pacotes de ajuda do governo federal que estão em curso, como o auxílio de R$ 5,1 mil para as famílias comprarem itens perdidos, como eletrodomésticos. “A magnitude desse efeito depende da ocorrência de novos eventos climáticos, de transbordamentos desses impactos para estados próximos e do efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas cidades atingidas pelas chuvas”, destacou o documento da SPE. Segundo o órgão, “atividades ligadas à agropecuária e à indústria de transformação deverão ser as mais afetadas a nível nacional, por serem mais representativas no PIB do estado do que no PIB brasileiro”.
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