A taxa de desemprego no Brasil registrou mais uma queda, ficando em 7,5% no trimestre móvel encerrado em novembro. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (29/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este é o menor nível trimestral desde fevereiro de 2015, quando registrou a mesma marca.
O contingente de brasileiros que não ocupam uma vaga de trabalho é de 8,2 milhões. O indicador acumula oito meses consecutivos em retração, em uma sequência de baixas desde maio.
O número de pessoas ocupadas bateu novo recorde na série histórica da pesquisa e chegou a 100,5 milhões de brasileiros. O indicador cresceu 0,9% no trimestre (mais 853 mil pessoas) e 0,8% (mais 815 mil pessoas) nos últimos 12 meses.
A maior parte foi absorvida pelo mercado de trabalho como empregado no setor privado com carteira assinada. Essa categoria foi estimada em 37,7 milhões de trabalhadores, após a alta de 1,4% no trimestre, e chegou ao segundo maior patamar da série histórica da pesquisa. Esse contingente também foi acompanhado por um aumento do número de trabalhadores informais, aqueles sem carteira assinada no setor privado, que somam 13,4 milhões no trimestre.
“No trimestre encerrado em novembro, houve a manutenção do trabalho com carteira assinada em expansão, que vem ocorrendo desde 2022. Por outro lado, também observamos o aumento da participação da informalidade, já que a população ocupada informal também cresceu”, pondera a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
Segundo a pesquisadora, a expansão da atividade de construção ocorreu principalmente devido a informalidade, com o aumento do emprego sem carteira e por conta própria sem CNPJ, enquanto a indústria impulsionou os trabalhos formais.
A população fora da força de trabalho totalizou 66,5 milhões, apresentando estabilidade. Os desalentados, por sua vez, caíram 5,5%, o que representa uma redução de 196 mil pessoas. Ao todo, essa população foi estimada em 3,4 milhões, o menor contingente desde agosto de 2016.
Rendimento
O rendimento médio real aumentou 2,3% no trimestre e chegou a R$ 3.034. No ano, a alta foi de 3,8%. A massa salarial alcançou novamente o recorde na série histórica da pesquisa, ao totalizar R$ 300,2 bilhões. O crescimento foi de 3,2% no trimestre e de 4,8% no ano.
Beringuy explica que o aumento é atribuído pela combinação da expansão do número de pessoas inseridas no mercado de trabalho e do aumento do rendimento médio desses trabalhadores. “No trimestre, esse crescimento foi mais acentuado entre os empregados com carteira no setor privado e os trabalhadores por conta própria com CNPJ (7,6%). Vale ressaltar que na comparação anual nenhuma forma de inserção apresentou queda no rendimento, seja no trabalho formal, seja no informal. Todos registraram variação positiva”, destaca a coordenadora.