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Política Segunda-feira, 19 de Maio de 2025, 15:39 - A | A

Segunda-feira, 19 de Maio de 2025, 15h:39 - A | A

SAÚDE PÚBLICA

Dr. João propõe transformar Santa Casa em centro de referência oncológica

Subtítulo: Parlamentar defende compra do prédio e criação de grupo de trabalho para evitar desativação da unidade centenária

MQF Com Assessoria

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) promoveu nesta segunda-feira (19) uma audiência pública para discutir o destino do Hospital Estadual Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, ameaçado de encerramento com a inauguração do Hospital Central, prevista para 2025. A sessão, conduzida pelo deputado estadual e primeiro-secretário da Casa, Dr. João (MDB), reuniu parlamentares, representantes do Ministério Público, profissionais da saúde e membros da sociedade civil em busca de alternativas que preservem os serviços da unidade, referência em oncologia e nefrologia pediátrica.

“A Santa Casa não é apenas de Cuiabá, é de Mato Grosso. O povo tem um carinho histórico por ela. Precisamos de diálogo e responsabilidade para não fechar as portas”, enfatizou Dr. João durante a audiência.

Nas últimas semanas, o parlamentar intensificou a articulação política em defesa do hospital, realizando reuniões com médicos, funcionários e o Conselho Regional de Medicina (CRM/MT), além de uma visita à unidade no dia 13 de maio. Fundada entre 1815 e 1817, a Santa Casa é o hospital mais antigo do Centro-Oeste e hoje enfrenta risco de leilão judicial por conta de uma dívida trabalhista estimada em R$ 50 milhões, conforme o Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (TRT-23).

Como solução, Dr. João propôs transformar a Santa Casa em um centro estadual especializado em oncologia, reforçando a necessidade de enfrentar o crescimento da demanda por tratamento contra o câncer. “Temos quase 500 pacientes em quimioterapia ou radioterapia. A biópsia é o primeiro passo, e só a Santa Casa realiza. Criar um centro oncológico seria um marco histórico”, argumentou.

O parlamentar cobrou do governo estadual mais transparência e participação na discussão sobre o futuro da unidade. Segundo ele, o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, indicou a intenção de desativar o hospital com a transferência de 70% dos serviços para o novo Hospital Central. “O governador fala em plano B, mas não nos chamou para o debate”, lamentou.

Uma das alternativas debatidas foi a compra do imóvel pelo Governo do Estado, com apoio da ALMT, e gestão compartilhada com o Conselho Municipal de Saúde da Baixada Cuiabana ou por meio de parceria público-privada. O promotor do Ministério Público Estadual, Dr. Milton Silveira, alertou sobre a gravidade da possível interrupção de serviços. “Encerrar as atividades sem planejamento é inaceitável. O MPE notificará o Estado e recorrerá à Justiça, se necessário, para garantir a continuidade dos atendimentos”, avisou.

Já o presidente do CRM/MT, Diogo Leite Sampaio, destacou o impacto social da possível desativação. “A Santa Casa é uma solução consolidada. Fechá-la é mais caro do que mantê-la. Estamos falando de uma história de 200 anos que faz parte da identidade cuiabana”, pontuou.

Dr. João finalizou propondo a criação de um grupo de trabalho envolvendo servidores da unidade, o Tribunal de Contas do Estado, a Comissão de Saúde da ALMT e demais órgãos. “A Santa Casa é um símbolo. Dizemos que alguém é cuiabano de chapa e cruz porque nascia nela e recebia uma chapinha com uma cruz. Não podemos apagar esse legado”, concluiu.

Somente em 2024, a Santa Casa realizou 6.745 cirurgias eletivas, 3.740 consultas ambulatoriais e 1.092 cirurgias de emergência. Entre janeiro e março de 2025, foram mais 1.994 procedimentos, reforçando sua relevância dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

 
 
 

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, 20 de Maio de 2025