Na sessão ordinária de quinta-feira (23), a vereadora Katiuscia Manteli (PSB) convidou a presidente da Associação Mato-grossense de Fibromiálgicos “Daniel Lenz” (AFIBROMT-DL), Carmem Miranda, para ocupar a tribuna livre da Câmara Municipal de Cuiabá. O pronunciamento reforçou a importância da conscientização sobre a fibromialgia — doença crônica marcada por dores difusas e persistentes — e ressaltou o protagonismo de Mato Grosso na formulação de políticas públicas voltadas ao tema.
Em sua fala, Carmem pontuou que outubro, tradicionalmente associado ao Outubro Rosa, também deve ampliar o debate sobre condições que impactam a qualidade de vida das mulheres. “Não existe uma ligação direta entre fibromialgia e câncer, mas as dores podem confundir os sintomas e merecem atenção. A fibromialgia é uma doença invisível, mas que causa muito constrangimento e sofrimento. Precisamos de empatia e de políticas que garantam um atendimento digno”, afirmou.
A dirigente destacou avanços locais e a articulação entre entidades civis e poder público. “Hoje, o Executivo de Cuiabá é modelo na emissão das carteirinhas de identificação e na criação de projetos que acolhem o paciente fibromiálgico. Quando o poder público dá retorno, a gente precisa reconhecer. Somos 90 mil pessoas acometidas pela doença no estado, e seguimos lutando por tratamento digno e políticas efetivas”, completou.
Autora de iniciativas nas áreas de saúde e inclusão, Katiuscia elogiou o trabalho da associação e reforçou a necessidade de manter o tema em evidência. “Se hoje Mato Grosso é referência na legislação e na promoção de grupos de apoio, é graças a pessoas como a Carmem, que transformam dor em mobilização. A fibromialgia é uma doença invisível, mas as pessoas não são. Precisamos garantir empatia, respeito e acolhimento nos ambientes de trabalho e nas unidades de saúde”, disse a parlamentar.
A vereadora lembrou que tramita na Casa um projeto que institui a Política Municipal de Atenção Integral às Pessoas com Fibromialgia, com foco na efetividade. “Não basta criar leis, é preciso garantir que sejam aplicadas. Nosso papel é fiscalizar, acompanhar e dar voz a quem convive diariamente com essa dor”, ressaltou. Ao final, Carmem anunciou que representará Mato Grosso em audiência pública nacional sobre fibromialgia, marcada para 11 de novembro, em Brasília, que tratará da implementação da Lei Federal nº 15.176/2025 — norma que reconhece, a partir de janeiro do próximo ano, as pessoas com fibromialgia como pessoas com deficiência (PCDs).
