A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti, atribuiu a recorrente falta d’água do município a falhas na distribuição, e não ao tratamento. Em áudio, ela critica a estratégia de construir Estações de Tratamento de Água (ETAs) sem interligação com os bairros, sem reservatórios de apoio e sem redundância operacional. “O problema da água é distribuição”, enfatizou, ao relatar que a cidade acumulou ETAs “aqui e ali” sem planejamento de rede.
Nas palavras da gestora, faltou pensar o sistema como um todo: interligação, reservação e motores reserva. “O que adianta fazer uma ETA e não interligar com o bairro? O que adianta fazer a ETA com reservatório e não ter reservatório quando a ETA parar? O que adianta deixar um motor e não ter um motor de reserva?”, questionou. Segundo ela, a atual administração “destravou um pacote de 2013, de cinco reservatórios, para fazer a distribuição em Várzea Grande”. E concluiu: “Hoje eu escuto para todo lado que o ‘Paraguás’ não falta água, porque nós conseguimos arrumar”.
A fala reposiciona o debate local sobre saneamento: menos obra pulverizada de ETA e mais investimento em malha de reservação, bombeamento e setorização para garantir pressão e regularidade. Ao reivindicar a retomada de cinco reservatórios e citar melhorias percebidas em bairros, Moretti tenta demonstrar mudança de método — da lógica de expansão fragmentada para um sistema integrado — e cobrar continuidade de obras estruturantes para estabilizar o abastecimento em Várzea Grande.



